terça-feira, 22 de setembro de 2009

Das próximas semanas...





No total, o lugar parecia um pouco carregado.
Mas as seis horas chegariam, e depois as sete e sairia porta a fora. Saiu.

Lá fora um lugar diferente com um ar diferente, mas agora nem tanto assim: umas pessoas indo, outras vindo e o tempo passava pra algum lugar que eu não sei. Caminhava entre eles sorrindo pela estação mais colorida de todas que chegava também um pouco mais acima no mapa - onde deixara seu coração - mas os outros pareciam não ter o mesmo motivo porque caminhavam na estação – também bonita – das folhas secas e dos céus cinzas.

Ia na rua de cabeça erguida e semblante de satisfação, como se fosse o dia de seu aniversário e o mundo inteiro planejasse uma festa surpresa que ela já havia descoberto, mas se mantinha em silêncio esperando a melhor parte.

Tudo em perfeita harmonia, e eu não sei se porque realmente estava assim, ou era aquela tendência de que tudo fica sereno demais lá fora quando aqui dentro vai tudo bem. Um ¨bem¨ como aquele que sentiam com aquelas sensações que um causava ao outro: uns frios no estômago, uns sorrisos fora de hora, uns pactos que os fazia estar de mãos dadas mesmo à dois mil quilômetros de distância.

Catou nos bolsos algumas moedas,comprou seus creditos e ligou em seguida – fazia sempre assim. Achava clássico, era meio bobo, dançava em seus passos feito bailarina. Gostava de dizer sobre a criança que brincava na outra calçada, e como estava o céu, dizer dos velhinhos sentados nos bancos das praças, Narrava coisa por coisa. Gostava de sentir como se estivessem juntos ali, no mesmo lugar. Era então os olhos de seu bem.
Discou aqueles pares de números que suas mãos poderiam discar até com os olhos fechados e pensou em cantar "I just call to say I love you...", mas apenas sorriu baixinho quando ouviu aquela voz: esse foi o seu ¨alô¨.
Ai as saudades de sedes-desérticas!
Ai, o alívio quando se ouvem!
Quando do outro lado seu benzinho atendeu, foi como se mil estrelas se mudassem pra dentro dos seus olhos, e um panapaná despertasse em seu ventre... a saudade aumentava e diminuía ao mesmo passo e isso não dá pra explicar. Uns pares de novidades, umas palpitações, umas palavras doces. Os creditos se esgotaram mas quase satisfeita seguiu. Olhando pra cima e cumprimentando até aos cãezinhos nas ruas. Sorria feliz. Sorria sincera.

Pelas ruas ia caminhando e vendo gente e mais gente, uns que só de olhar sabia que eram felizes, talvez assim como se sentia. Outros pareciam saudosos demais – sim, a saudade ela também carregava...

Mas era primavera e isso de verdade importava, o primeiro dia da estação das flores.
E ia, agradecida por ter um amor de verdade em ruas de outono e de primavera interna.
Porque ele já ia voltar.

E todos os Girassóis disseram amém! : )

5 comentários:

KGeo disse...

amém

David Aragon disse...

Ibidem: amém!

Que amor mais lindo!

CHINFRAS e TALS

squall_elfo disse...

*_* mara
template perfeito '3'

Luiz Lukas disse...

Putz, muito maneiro...
queria uma garota que escrevesse tal texto para mim...
Muito belo o sentimento que sente por tal rapaz!

Beeijos e parabéns pelo amor.

Avassaladoras Rio disse...

Querida amiga avassaladora...Quando amamos e somos correspondidos todos os dias são de girassois!

Quem leu, escreveu: