domingo, 28 de setembro de 2008

Já passou Uma semana do meu adversário!...rs


Normalmente, e isso eu sei que é coisa de mulher, ano após ano, lá vai ela perder horas de sono refletindo sobre o que anda acontecendo. O que foi, o que é, o que está por vir. É que algum desocupado determinou que nós devemos ter um sentido na vida. E nós, mais desocupadas ainda, perdemos tempo procurando esse sentido todos os dias.

Mas nada se compara à véspera do aniversário...

Cerca de uma semana antes bate aquela depressão, misturada com a ilusão de "o dia é meu e só eu faço aniversário hoje".Aí a gente busca crer que evoluiu, está mais mulher, mais crescida, mais capaz. "Mundo, gire para a direita". Sim, a vida veio com seus grandes obstáculos, mas fomos capazes e construímos um grande castelo e... Merda. Eu continuo A MESMA coisinha de sempre.

Passei a adolescência brincando de etapas. A cada ano que eu sabia que já havia vencido alguns obstáculos. Gostava de me ver evoluindo e sentia isso com a euforia de quem ainda não tem responsabilidade pelas conseqüências.Um universo girando em torno do meu umbigo e tudo o que importava era a tal teoria de que depois de um tombo, a gente levanta. É bom viver em fase pré-escolar.

Mas não dura nada. Certo dia você acorda e tem mil coisas pra fazer, mil cartões na sua carteira que não é mais a da Barbie, mil horários, mil tombos pra levantar. E só uns vinte e seis anos (pra ser exata) nas costas. Bem vinda a essa droga de corre-corre e de dane-se-dane-se quem você é. Então eu crio esse momento retrospectiva, já sem euforia e me esforçando pra não partir pro "ah mas antes era melhor".

Porque sabe, nem era. E é exatamente aqui onde eu começo a constatar detalhes que sempre me perseguiram. Como esse meu otimismo irritante. Aí fica fácil ver que eu realmente continuo essa coisinha de sempre, a mesma. Oscilações bruscas de auto-estima, Guiness no conceito "paciência", calma como água de poço e mais sonhadora do que deveria.

Acho que só crescendo pra gente ver que na verdade não é que o tempo faz a gente mudar, o tempo faz a gente se conhecer. E eu já me conheço tanto que agora, outubro de 2008, eu só assisto. E percebi, de vez, que o que sempre mudou não fui eu, foi o cenário. Eu só me adaptei a ele.

Viu que jóia? Mais um ano de existência e eu aprendo o quê? A me moldar. Tem gente que aprende ballet, gente que aprende a ler, fazer contas, escalar montanhas. E eu aprendi a ser complacente, grande virtude.

De certa forma, aqui deu certo. É claro que não serei o símbolo da boa convivência, mas note o quanto se tornou necessário. Vinte e seis anos lidando com dualidades que me induziam a ser um poço escorregador de sapos, a mocinha submissa, a vítima no final das contas...Um certo estalo caiu muito bem. Um amor próprio, também. Independência, autoconfiança e um namorado delícia, idem, porque ninguém é de ferro.

Hoje eu já aposto em mim. E se pudesse apostar em alguma conquista, apostaria duas vezes. Uma na praticidade e outra na segurança. Ando mais objetiva, menos ingênua. Ando mais brava, mais exigente, mais "prova pra mim". Uns chamam de escudo, outros de aprendizado. Eu chamo de precaução, e isso aí nunca é demais.

E ando segura porque, já que a culpa será sempre minha, que seja pelas coisas boas também. Já que transportar um coração birrento oscila entre maldição e sorte, nada melhor que parar de tentar lutar contra quem se é, e trazer pra dentro só quem condiz com as regras da casa. O resultado não poderia ser melhor, mais tranqüilo, mais meu. Quando você convive dentro dos seus limites, os resultados também são seus.

Então são vinte e seis mesmas coisas, certezas e dramas. Porque eu falei, continuo a mesma. Mas já sou capaz de influenciar meu ambiente a meu favor. Já sei diferenciar o que vale ou não a pena. Já sei ser mais minha. E isso, percebam, faz toda a diferença.

Por mais que eu tenha essa sensação da falta de mudanças, passar o dia de comemoração com pessoas e gestos tão lindos me fez perceber que a felicidade sempre esteve aqui. Tão presente que me fez me acostumar com ela, entrar no modo de vida dela, trocar a ambição de ser feliz pelo simplesmente "ser". E é isso que eu vou ser, da maneira mais estável, por mais um ano.

E se não for, que venha o tombo. Eu sei que eu aprendo, pela vigésima sexta vez, mas aprendo.

Bóra cantar parabéns?

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