"Eu nunca fui uma moça bem-comportada. Pudera, nunca tive vocação pra alegria tímida, pro amor mal resolvido sem soluços. Eu quero da vida o que ela tem de cru e de belo. Eu não estou aqui pra que gostem de mim. Estou aqui pra aprender a gostar de cada detalhe que tenho. E pra seduzir somente o que me acrescenta. Eu adoro a poesia e gosto de descascá-la até a fratura exposta da palavra. Sou dramática, intensa, transitória e tenho uma alegria em mim que quase me deixa exausta. Eu sei sorrir com os olhos e gargalhar com o corpo todo. Eu sei chorar toda encolhida abraçando as pernas. Por isso, não me venha com meios-termos, com mais ou menos ou qualquer coisa. Venha a mim com corpo, alma, vísceras, tripas e falta de ar. Eu acredito é em suspiros, mãos massageando o peito ofegante de saudades intermináveis, em alegrias explosivas, em olhares faiscantes, em sorrisos com os olhos, em abraços que trazem pra vida da gente. Acredito em coisas sinceramente compartilhadas. Em gente que fala tocando no outro, de alguma forma, no toque mesmo, na voz, ou no conteúdo. Eu acredito em profundidades. E tenho medo de altura, mas não evito meus abismos. São eles que me dão a dimensão do que sou."
Paz
-
Nunca o rancor, prefiro a amnésia seletiva.
Memórias devem ser merecidas.
Ana Brunini
0 comentários:
Postar um comentário