quarta-feira, 15 de outubro de 2008

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Sentir
aquele frio
na barriga
é muito bom.
não gosto de
nada
morno. se
não tiver
paixão, se
não tiver

emoção, se não me arrancar do chão, não serve. tem coisa melhor do que aquele telefonema no meio da tarde? aquela ligação que te deixa com um sorriso apaixonado grudado na cara o resto do dia. tem coisa melhor do que estar com alguém que te faz rir o tempo todo? aquela pessoa que tem “aquela coisa que você não sabe explicar” que faz você não querer sair de perto dela nunca mais. sabe o que eu não consigo entender? gente morna. relacionamento de longa data em que as pessoas “se acostumam” umas com as outras. como pode isso? como pode alguém estar cansado sexta-feira à noite e querer dormir? como pode alguém empurrar a própria vida com a barriga? não vou atirar a primeira pedra. já cometi essa insanidade. mas hoje, e cada dia, sou uma nova pessoa. penso. logo, mudo de idéia. de gosto. de roupa. de estilo. de vida. você já esteve com alguém pensando em outra pessoa? eu já. você já esteve com uma pessoa enquanto amava outra? eu já. ruim, né? fazer o quê? mas sabe o que é bom mesmo? estar com a pessoa certa. com aquele cara que você olha pra ele e pensa: “é exatamente com você que eu queria estar agora, nesse instante”. e o Brad Pitt poderia aparecer pelado na sua frente. e quem mais fosse. e você não trocaria aquele momento por nenhum outro. por nenhuma outra sensação de mundo. por ninguém mais no mundo. nem outro lugar. nada. não sei muita coisa do que quero pra minha vida. e nem tenho essa pretensão. mas sei isto: quero tudo intenso. tudo agora. tudo pra já. minha vida já está acontecendo e eu não tenho mais tempo a perder com sorrisos amarelos. com abraços frouxos. com bocas aleatórias. com noites sem dias seguintes. com pessoas que não se dão. quero viver tudo intensamente. até a última gota. correr o risco. me atirar. e sentir o coração bater forte. sair pela boca. me engolir. ter aquela sensação de não estar cabendo no próprio corpo (você já sentiu isso?). quero ser arrebatada. não conseguir dormir à noite. acordar com olheiras e estar linda mesmo assim. quero rir de mim mesma. rir sozinha no meio da rua. sair descabelada. quero andar cantando. e fazer poesia em dia de chuva. quero um dia. uma hora. um minuto. desde que seja de verdade. e a verdade é que eu estou assim: apaixonada.

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